Thursday, November 30, 2006

*quando acordei*

"por vezes, a mentira toma conta de mim.
por vezes, caio em abismos que nem eu mesma sei.
transito entre a vida e a morte.
entrego-me às tuas mentiras.
te encontro em meias verdades.
...
por vezes nada é o que parece.
apesar de o irreal ser tão aceito aos olhos.
sinto como se meu mundo desmoronasse em mim.
como se a vida fora dessas quatro paredes
não passasse de um sonho ruim.
...
espero.
deixo que qualquer sentido se esvaia.
entrego minhas armas.
ganho força.
sinto caírem lágrimas.
acordo.
e sinto que em vida,
morrem um pouco mais
tuas mentiras."

1 comment:

Anonymous said...

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Tabacaria. Fernando Pessoa

Juliana