Thursday, November 30, 2006

*quando acordei*

"por vezes, a mentira toma conta de mim.
por vezes, caio em abismos que nem eu mesma sei.
transito entre a vida e a morte.
entrego-me às tuas mentiras.
te encontro em meias verdades.
...
por vezes nada é o que parece.
apesar de o irreal ser tão aceito aos olhos.
sinto como se meu mundo desmoronasse em mim.
como se a vida fora dessas quatro paredes
não passasse de um sonho ruim.
...
espero.
deixo que qualquer sentido se esvaia.
entrego minhas armas.
ganho força.
sinto caírem lágrimas.
acordo.
e sinto que em vida,
morrem um pouco mais
tuas mentiras."

Tuesday, November 28, 2006

*conto...............*

"é como se lá no fundo do peito,
uma luz voltasse a brilhar.
um sopro em desassossego.
desespero em encantamento.
meu ar voltou da longa viagem.
e de repente,
pareço estar coberta de boas lembranças.
grandes histórias,
muitos desejos a realizar.
vontades.
meu peito pulsa mais forte.
minhas entranhas fervem desejo.
sinto flutuar os pés.
ruborescer a face.
entorpecer saudade.
conto dias para tocar pele.
conto dias para voltar ao colo.
conto dias.
conto.
conto.
conto...............
passa tempo, passa!"

Monday, November 27, 2006

*mundo*

"um mundo cheio de dúvidas.
uma vida de porquês.
ilusões.
amores passados.
presentes.
futuros.
medo.
mundo de mentiras.
mundo de poucas verdades.
mundo que envolve tudo.
todo.
todos.
desespero por envolver.
depressão.
entrega.
morte."

Saturday, November 25, 2006

*ainda ontem*

"bateu em minha porta como esperava.
amou em meus lençóis como desejava.
partiu como previsto.
despiu alma de medo e dor.
vestiu pele de arrepio e calor.
pintou sorriso no rosto.
encantou.
sentiu.
gozou.
partiu.

hoje ainda sonho.
ainda espero retorno.
amanhã...
talvez me tome nos braços...

apenas mais uma vez."

Friday, November 17, 2006

*insônia*

“porque o ventre já não me aquece.
impede.
já não me deito mais no peito.
frio.
não mais me entrego ao canto de acalanto.
insônia.”

*solidão*

“vivo de imagem e sonho.
sonho em imaginário absoluto.
durmo entre nove luas.

salto entre 1001 estrelas.
acordo em algodão de noite nublada e fria.
solidão.”

*entender*

“ela disse não entender.
eu repeti.
repeti.
repeti.
em vão, eu sei.
eu tentei.
tentei em todos os momentos.
tentei lutar.
tentei explicar.
tentei jogar tudo para o alto e agarrar forte.
mas minha força acabou.
não tenho mais aquela força de outrora.
não vejo mais a luz nascer.
não sinto mais o vento batendo no rosto.
a liberdade acabou.
e será que é tão difícil assim?
será que não dá pra entender que sem liberdade
o resto se esvai?
parte o que poderia ser.
some qualquer coisa.
não.
ninguém vai me entender.
acho que não deve ser fácil.
deixa pra lá.
um dia para de doer.
daí então....

a mim só resta a espera.
o acontecer.”

*ais*

“outro dia mesmo, aconteceu.
me lembro bem.
ela gemia.
eu acordei.
e ele, assustado,
sentado na cama,
olhos arregalados...
escutava.

hoje, ela saiu.
o tempo passou.
ele cresceu.
e os gemidos agora,
quem escuta sou eu.

e vem do quarto dele.
da boca da outra.
que tinha outro,
mas está com ele...
pelo menos por essa noite.
como foi com ela.
pelo menos aquela noite.

...

não.
ninguém nunca vai entender
porque dos meus lábios
os “ais” saem tão fracos.

o tempo passou.
mas eu não consigo esquecer.”



(não escuto nada agora.mas me fez lembrar e o texto saiu)

*busca*

“como esquecer do ontem
se hoje é ainda presente?
como não querer o todo
se de tudo me sobrou o nada?
como dormir o sonho dos anjos
se de demônios vivo impregnada?
as coisas mais certas na vida são:
o amor que tenho por mim
e a dúvida que tenho pelo mesmo.
não sou daquelas que ama
desesperadamente a própria imagem.
muito menos sou de qualquer imagem.
procuro em mim o outro que não sei quem é.
busco nas minhas entranhas
a verdade insana de querer maior.
não sei das minhas vontades
sem antes buscar meus temores.
não entendo as minhas verdades
pois vivo em mentira eterna.
quero voltar ao dia em que
me encontrei perdida do medo.
quero voltar ao dia em que
me vi entregue aos meus momentos.
quero voltar ao dia
em que me respeitei ao menos uma vez.”

*ilusão*

"por vezes o que mais quero não posso ter.
aquele que desejo não se entrega
assim tão fácil a mim.
o meu desejo não se entrega a ele
assim como para ti.
por vezes, sonho mais alto do que alcançam os pés.
piso em galhos
escutando o estalar de palhas secas.
e deixo para trás cada ilusão detida.
desisto de seguir o rumo das trilhas.
procuro novas alternativas.
desembarco em estações
de trens abandonadas.
vejo fantasmas por entre olhares de zumbis.
deixo escapar a vida por entre os dedos
que me restam presos
em teus cabelos.
busco a morte em teus braços.
percebo que no teu abraço
já não mais cabe o meu eu.
o nosso, há tempos, já morreu."

Sunday, November 12, 2006

*desilusão*

"por mais estranho que pareça,
não fico distante por poder.
minha distância vai além de qualquer razão.
não penso...adormeço...
e é quando adormeço que vem a saudade.
sonho com a paz que gostaria.
vivo a ilusão de outro dia.
e espero anoitecer solar
para voltar a viver sonhar.
é estranho sentir tanta coisa
e não sentir nada.
é estranho falar sim
enquanto escondo não.
não vejo mudança.
só vi a criança que escondeste em ti,
para me iludir.
não sei.
as coisas sempre parecem mais
fáceis do que realmente são.
a vida sempre parece ter
a necessidade de ser
mais intensa do que realmente é.
e assim...
vivo intenso sentindo morno.
insatisfação."

Thursday, November 02, 2006

*anonimato*

"não se conhece o todo
sem olhar nos olhos.
me escondo de quem não vejo.
me entrego a quem se mostra."

Wednesday, November 01, 2006

*além da saudade*

"por que a saudade que sinto dela, vai além
forma dor no peito quando sonho.
faz tristeza ao acordar.
trás frio em noite calor.
ausência.
deixa de ser um teu para ser um nosso.
vem para os braços meus e lhes torne nossos.
deixa eu brincar de sonho-realidade.
para que em silêncio te conte verdade.
e encontre em meu espaço o teu fracasso
a se unir ao meu.
tornando o descaso,
descanso amado."