Thursday, December 21, 2006

*depressão?*

"meu terapeuta diria...
“você dorme para fugir da vida.”
mas o que fazer se minha cama me chama
com aquela voz macia?

com aquele jeito doce que só ela tem?
o que fazer se ela me deseja tanto,
que não me deixa sair de perto dela?
depressão?
que é isso...
só preciso de um pouco de atenção."

*morta*

"minha alma foi sugada.
minha imagem deletada.
meu mundo ficou cinza.
não é preto e branco
tão pouco cor.
está cinza.
em tom médio e sem metragem.
meu cartão amarelou.
minha esperança fugiu de mim.
não consigo acreditar em tempo bom.
só há o ruim.
to cansada de dar errado.
de ser errada.

enganada.
cansei de juras de feitos não realizados.
foi ela.
são eles.
é tudo assim.
uma grande mentira.
lutando contra mim.
me perdi em minha própria vida.

e hoje...
lágrimas correm no rosto.
e os soluços me cansam a voz.
nem meu canto será o mesmo.
preciso renascer.
mas minhas forças desistiram de lutar.
quero colo.
e também não há."

*querendo acordar*

"e tudo não passou de um sonho.
meu mundo parece se despedaçar a cada dia.
minha história morre em cada página que penso virar.
minha vida está em pedaços.
meu espaço está vazio.
minha luz virou sombra.
meu brilho se perdeu de mim.

a cada dia perco uma esperança.
sinto como se cada vírgula fosse um ponto.
e meus textos me sugam lágrimas.
tô cansada.
não mais agüento.
perdi tudo o que eu ainda acreditava existir.
zero.
é o ponto em que me encontro.
morta.
sem força pra recomeçar."

Monday, December 18, 2006

*quimica*

"ta tudo corrido por aqui.
meu pensamento corre
até a cidade dos prédios imobilizados
em espera da fotografia do outro.
estou alheia a qualquer desejo
se não àquele de tê-lo em meus braços.
estou em estática movimentação física.
movimento.
ação.
física.
e da química...
só sei a espera.
e da espera...
já me cansei em vida.
morte de querer estar.
sonho em acontecer."

Sunday, December 17, 2006

*só mais um pouquinho*

"corre pelo corpo o gozo guardado em mim.
meus sentidos se perderam no tempo.
um ano, uma hora, um minuto a mais.
só mais um pouquinho.
vem...vai...vem...vai...
hummmm...
me deixa explodir em sentidos.
derrama em mim teus sorrisos.
goza com o meu gozo.
me deixa sentir o teu pulsar.
quero.
espero.
desejar.
vem invadir meu todo.
penetrar alma em noite luar.
diz em voz macia os teus segredos.
se mostra a mulher e se esquece o medo.
deixa acontecer o eterno.
por um dia, uma noite, uma vida.
deixa-nos viver...
espero."

Friday, December 15, 2006

*desejo e sonho*

"ele me disse querer ser parte de texto.
eu disse não precisar.
já é real demais.
já está.
me entreguei como nunca antes.
molhei entranhas por imaginar.
desejei virar o ano.
virar a cama.
virar a vida.
acontecer.
hoje, meu corpo treme.
vive em carne, fogo,
desejo e sonho.
hoje não dormirei intacta.
pois meus dedos
circularão corpo por pensar.

entrega e gozo."

Friday, December 08, 2006

*ecos*

"roupas acumuladas sob a cama
de lençol sujo por não trocar.
sapatos espalhados pelo chão.
mesa vazia de lucro pessoal,
cheia de coisa irreal.
mil versos soam em meus ouvidos.
mil perdões escuto ao longe.
me apoio em paredes de gelatina.
me perco. não tenho forças.
não consigo levantar...
me sinto em um imenso buraco.
escuro...frio...
sem nada além de ecos aos meus ouvidos."

Thursday, December 07, 2006

*a mentira outra vez*

"jurei não mais cair em mentira de amor.

jurei não me deixar reviver o rancor.

a mentira é a forma que faz com que a vida

desabe em silêncio.

e nos causa dor em desespero.


senti que o meu coração

quis parar.

quando ouvi....

todos os casos que tinha a contar.

me deixei enganar.

me levei a sonhar.

chorando ao perceber...

que a mentira era tudo aquilo o que existiu em você..."


(paródia em rítmo de noel – original: pela décima vez)

Thursday, November 30, 2006

*quando acordei*

"por vezes, a mentira toma conta de mim.
por vezes, caio em abismos que nem eu mesma sei.
transito entre a vida e a morte.
entrego-me às tuas mentiras.
te encontro em meias verdades.
...
por vezes nada é o que parece.
apesar de o irreal ser tão aceito aos olhos.
sinto como se meu mundo desmoronasse em mim.
como se a vida fora dessas quatro paredes
não passasse de um sonho ruim.
...
espero.
deixo que qualquer sentido se esvaia.
entrego minhas armas.
ganho força.
sinto caírem lágrimas.
acordo.
e sinto que em vida,
morrem um pouco mais
tuas mentiras."

Tuesday, November 28, 2006

*conto...............*

"é como se lá no fundo do peito,
uma luz voltasse a brilhar.
um sopro em desassossego.
desespero em encantamento.
meu ar voltou da longa viagem.
e de repente,
pareço estar coberta de boas lembranças.
grandes histórias,
muitos desejos a realizar.
vontades.
meu peito pulsa mais forte.
minhas entranhas fervem desejo.
sinto flutuar os pés.
ruborescer a face.
entorpecer saudade.
conto dias para tocar pele.
conto dias para voltar ao colo.
conto dias.
conto.
conto.
conto...............
passa tempo, passa!"

Monday, November 27, 2006

*mundo*

"um mundo cheio de dúvidas.
uma vida de porquês.
ilusões.
amores passados.
presentes.
futuros.
medo.
mundo de mentiras.
mundo de poucas verdades.
mundo que envolve tudo.
todo.
todos.
desespero por envolver.
depressão.
entrega.
morte."

Saturday, November 25, 2006

*ainda ontem*

"bateu em minha porta como esperava.
amou em meus lençóis como desejava.
partiu como previsto.
despiu alma de medo e dor.
vestiu pele de arrepio e calor.
pintou sorriso no rosto.
encantou.
sentiu.
gozou.
partiu.

hoje ainda sonho.
ainda espero retorno.
amanhã...
talvez me tome nos braços...

apenas mais uma vez."

Friday, November 17, 2006

*insônia*

“porque o ventre já não me aquece.
impede.
já não me deito mais no peito.
frio.
não mais me entrego ao canto de acalanto.
insônia.”

*solidão*

“vivo de imagem e sonho.
sonho em imaginário absoluto.
durmo entre nove luas.

salto entre 1001 estrelas.
acordo em algodão de noite nublada e fria.
solidão.”

*entender*

“ela disse não entender.
eu repeti.
repeti.
repeti.
em vão, eu sei.
eu tentei.
tentei em todos os momentos.
tentei lutar.
tentei explicar.
tentei jogar tudo para o alto e agarrar forte.
mas minha força acabou.
não tenho mais aquela força de outrora.
não vejo mais a luz nascer.
não sinto mais o vento batendo no rosto.
a liberdade acabou.
e será que é tão difícil assim?
será que não dá pra entender que sem liberdade
o resto se esvai?
parte o que poderia ser.
some qualquer coisa.
não.
ninguém vai me entender.
acho que não deve ser fácil.
deixa pra lá.
um dia para de doer.
daí então....

a mim só resta a espera.
o acontecer.”

*ais*

“outro dia mesmo, aconteceu.
me lembro bem.
ela gemia.
eu acordei.
e ele, assustado,
sentado na cama,
olhos arregalados...
escutava.

hoje, ela saiu.
o tempo passou.
ele cresceu.
e os gemidos agora,
quem escuta sou eu.

e vem do quarto dele.
da boca da outra.
que tinha outro,
mas está com ele...
pelo menos por essa noite.
como foi com ela.
pelo menos aquela noite.

...

não.
ninguém nunca vai entender
porque dos meus lábios
os “ais” saem tão fracos.

o tempo passou.
mas eu não consigo esquecer.”



(não escuto nada agora.mas me fez lembrar e o texto saiu)

*busca*

“como esquecer do ontem
se hoje é ainda presente?
como não querer o todo
se de tudo me sobrou o nada?
como dormir o sonho dos anjos
se de demônios vivo impregnada?
as coisas mais certas na vida são:
o amor que tenho por mim
e a dúvida que tenho pelo mesmo.
não sou daquelas que ama
desesperadamente a própria imagem.
muito menos sou de qualquer imagem.
procuro em mim o outro que não sei quem é.
busco nas minhas entranhas
a verdade insana de querer maior.
não sei das minhas vontades
sem antes buscar meus temores.
não entendo as minhas verdades
pois vivo em mentira eterna.
quero voltar ao dia em que
me encontrei perdida do medo.
quero voltar ao dia em que
me vi entregue aos meus momentos.
quero voltar ao dia
em que me respeitei ao menos uma vez.”

*ilusão*

"por vezes o que mais quero não posso ter.
aquele que desejo não se entrega
assim tão fácil a mim.
o meu desejo não se entrega a ele
assim como para ti.
por vezes, sonho mais alto do que alcançam os pés.
piso em galhos
escutando o estalar de palhas secas.
e deixo para trás cada ilusão detida.
desisto de seguir o rumo das trilhas.
procuro novas alternativas.
desembarco em estações
de trens abandonadas.
vejo fantasmas por entre olhares de zumbis.
deixo escapar a vida por entre os dedos
que me restam presos
em teus cabelos.
busco a morte em teus braços.
percebo que no teu abraço
já não mais cabe o meu eu.
o nosso, há tempos, já morreu."

Sunday, November 12, 2006

*desilusão*

"por mais estranho que pareça,
não fico distante por poder.
minha distância vai além de qualquer razão.
não penso...adormeço...
e é quando adormeço que vem a saudade.
sonho com a paz que gostaria.
vivo a ilusão de outro dia.
e espero anoitecer solar
para voltar a viver sonhar.
é estranho sentir tanta coisa
e não sentir nada.
é estranho falar sim
enquanto escondo não.
não vejo mudança.
só vi a criança que escondeste em ti,
para me iludir.
não sei.
as coisas sempre parecem mais
fáceis do que realmente são.
a vida sempre parece ter
a necessidade de ser
mais intensa do que realmente é.
e assim...
vivo intenso sentindo morno.
insatisfação."

Thursday, November 02, 2006

*anonimato*

"não se conhece o todo
sem olhar nos olhos.
me escondo de quem não vejo.
me entrego a quem se mostra."

Wednesday, November 01, 2006

*além da saudade*

"por que a saudade que sinto dela, vai além
forma dor no peito quando sonho.
faz tristeza ao acordar.
trás frio em noite calor.
ausência.
deixa de ser um teu para ser um nosso.
vem para os braços meus e lhes torne nossos.
deixa eu brincar de sonho-realidade.
para que em silêncio te conte verdade.
e encontre em meu espaço o teu fracasso
a se unir ao meu.
tornando o descaso,
descanso amado."

Sunday, October 29, 2006

*sonho de miró*

"pego-te em meus braços
como ao início de nossos contatos.
tomo-te minha para em ti encontrar-me viva.
deixo tristeza por onde passo.
perco compasso.
encontro em espaço.
sinto presença dentre ausência.
pensamento.
imaginação.
deixo fincar palavras
por entre seios cheios de saudades.
vontades.
espero por tua volta
para em ti, dormir tranqüila
como em sonho de Miró."

Saturday, September 02, 2006

*espera por um quente amanhecer*

"dizia minha mãe:
*-quando a noite está mais escura,
é que o sol vai clarear o dia.*

minha noite está escura demais.
nasce sol, nasce!
já faz frio em meu quarto.
minhas cobertas não mais me aquecem a noite.
nasce sol, nasce!
faz desse escuro, luz de dia neon...
chega de sonho ruim...
tô querendo um sonho bom."

Tuesday, August 22, 2006

*silêncio*

".silêncio que grita por entre lábios selados.
.espanto.
.me faz medo o silêncio.
.o olhar que penetra alma.
.me faz medo...mas encanta.
.encanto.
.belo é o medo do silêncio encanto.
.sonho."

Thursday, August 03, 2006

*perfume*

"ela me olha.
devora.
desanda sentidos.
despenco em abismos.

salto em espaço.
vôo aos céus.
desejo há...
por todos os poros.

invento mil versos impróprios.
espero perfume de corpo sair do meu.
espera.

desejo não mais banhar-me.
desejo entregar-te a mim.
desejo não mais ter fim.

espera.
sonho.
satisfação."

Tuesday, August 01, 2006

*era tudo sentimento*

"hoje desejei o amor dela.
o colo daquela que já não mais tenho.
na verdade mesmo...
desejei entregar o meu amor
mas não achei quem o desejasse receber.
em meus olhos choveram
lágrimas de desejo maior.
e de saudade do sentimento de outrora
me entreguei aos encantos da outra.
não satisfeita,
adormeci.
acordei em prantos.
desisti."

*sufocar*

"eu queria tanto conseguir esquecer.
eu desejei tanto não ter.
mas deixa.
melhor continuar distante.
deixa arder lembrança.
deixa rolarem lágrimas nos olhos.
deixa ver se passa essa vontade.
deixa acontecer saudade.
mas confesso que não consigo esquecer.
tá doendo.
é isso.
tem doído desde tempos.
e por vezes meus olhos não conseguem atuar.
por vezes nenhum outro corpo me faz calar.

saudade.
saudade.
saudade.

sufocar."

Tuesday, July 25, 2006

*quando as pessoas partem*

"surge em mim um vazio.
um vazio que nem eu mesma sei.
um vazio vazio.
sem nada.
sem ninguém.
surge em mim o vazio de quem partiu.
fica aquela esperança de um próximo telefonema.
um que dissesse;
"mentira! é primeiro de abril!"
mas não.
hoje é vigésimo quinto de julho.
nada de primeiro.
muito menos de abril.
nada de mentira.
é real.
tá dito.
tá acontecido.
tá falido.
tá morto.
o corpo.

chega.
ela se foi."

*estranho*

"que sensação estranha essa.
a de "perda".
na verdade o que sinto não é bem perda.
é estranho.
fica aquele vazio.
mas ao mesmo tempo não é vazio.
é um preenchimento do vazio.
estranho quando as pessoas partem.
estranha a sensação de saber
que nunca mais saberá.
estranho esse sentimento de "saudade".
acho que é a verdade mais próxima do que sinto.
saudade.
não é a saudade de não ver há tempos.
é a saudade de saber, que não verá mais.
estranho.
muito estranho.

vai com Deus.
seja Ele quem for,
como for,
e onde estiver.

paz."

*lembranças*

"ela dançava e falava da outra.
seus olhos brilhavam junto ao sorriso no rosto.
era claro.
estava exposto.
as lembranças estavam presentes.
as vontades, por mim, ausentes.
mas fiquei ali.
a me encantar com tanto amor.
com tanto brilho em saudade maior.
para depois,
com o tempo de dias perdidos,
me ver motivo do seu olhar.
e desde então me sentir vibrar."

*olhar perdido*

"passou por mim como que em sonho.
esteve perto como roupa que veste pele.
mas o longe do olhar sobre-saiu.
foi mais forte que qualquer sentimento.
mais intenso.
mais vivo.
...
olhava o nada.
e quando olhamos o nada.
tudo fica indiferente.
em nosso nada podemos ver o que quisermos.
em meu nada vejo o teu incerto
e me visto do belo do teu olhar perdido."

Monday, July 17, 2006

*nasci Beatriz*

"meu ano começa agora.
a cada virada me sinto mais nova.
nova vida. nova mudança.
será a vigésima sexta esperança.
terei mais uma lembrança.
preciso agora acontecer...
esse ano será assim...puro acontecimento...
"nasceu Beatriz!"
pela 26a vez...
nasci Beatriz!"

*deus*

"meu deus é diferente do teu em nome.
mas em verdade eles são iguais.
o meu é a própria luz.
a mesma terra.
o mesmo todo que o teu criou.
...
teu deus criou o meu?"

*bailarina*

"não sou a sua bailarina.
não tenho a graça daquela menina.
não sei o que é criolina.
mas tenho outra graça que ela não tinha.
tenho uma outra graça de menina.
de balé me lembro do sono que vinha.
se não uso, não preciso conhecer,
mas tive uma amiga com o nome dessa criolina.
tenho o amor que ela não tinha.
a vontade que ela não tinha.
e se quiser visto o saiote de bailarina,
mas ainda assim...
prefiro a minha cinta-liga."

*cá e lá*

"tenho medo de gastar das tuas folhas.
mas maior é o medo de que elas
gastem meus momentos.
que me suguem alma
por nelas deitar meu peito.
tenho medo de que me faltem
palavras em teus espaços.
medo de que fique branca a minha história.
que as folhas não sejam usadas.
ou que ao usá-las tanto,
eu me esqueça da vida fora delas.
ainda não sei onde devo permanecer.
se cá ou lá...lá fora...na vida...
mas por vezes
penso que o meu cá
é muito maior e mais intenso que o meu lá.
e vivo nessa louca paixão por cá...
e me sentindo perdida quando lá.
talvez o meu lá, se mudou pra cá...
não sei ao certo.
sinto que lá é incerto...
e acho que por isso...
vivo cá.
medo talvez...medo de não ser lá,
tudo o que sinto ser aqui, no meu cá."

*hoje estou só*

"hoje estou só.
me deixaste nua em tua cama.
penetrou alma com teu membro.
fez olhos brilharem estrelas em desespero.
mas hoje, estou só.
me comeu em luz forte.
não quis saber de meia luz.
quis meu corpo exposto a ti,
para guardar lembrança de cada curva a mostra.
não me deixou fingir.
mas hoje, estou só.
me deu corpo forte como em sonho.
me encantou com seu desenho.
para depois, por conta do destino
ou do que quer que seja,
me deixar assim...
como hoje...só.
porque hoje, estou só."

*querer*

"queria não me apaixonar tão fácil.
queria conseguir conter vontades.
queria te mostrar verdade e assumi-la a mim.
mas não.
de nada adiantou a precaução.
não me restam falas após o ato.
e é fato que em meus momentos,
agora reina lembrança eterna de nós dois."

Sunday, July 16, 2006

*mãe*

"e nesse mar ela surgiu pra mim.
saiu de lábios doces banhados de sal
em contradição tamanha de surgir vontades nua.
me deliciei em teu olhar,
e em teus braços,
desejei acontecer mulher.
atendeu desejo.
em meu ventre entregou alma de menino encanto.
e hoje, ao teu brilho eterno, agradeço encantos
e idolatro alma de encantar estrelas.
sonho de, um dia em cinzas,
deitar-me em teu brilho eterno.
descansar."

*chega*

"chega de um todo vazio de mim.
basta do quase de além mar.
quero a paz de outrora.
o sonho do eterno.
a vida ante morte de amor sofrido.
desilusão.
desejo e ódio.
quero-te longe de mim.
chega desse sofrer eterno.
paz para mim.
para ti.
para tudo isso que já não há.
chega.
me basta o nada.
solidão."

*ninfas*

"dessas meninas cheias de desejo e gozo,
desejo apenas o gosto amargo e doce
dos teus sexos a me lambusarem face
e aquecerem-me entranhas.
daquela minha menina,
que exala perfume de deus,
desejo tê-la em braços meus
para em sonho miragem,
desvendar verdades
perturbando sentidos de querer maior.
tê-la minha tão intensamente,
quanto às ninfas fogosas que em meu corpo
saciaram vontades enquanto bêbada estava.

me perdia a procurá-la em mim.
nunca a encontrei.
espera."

Tuesday, July 04, 2006

*paixão*

"entreguei-me aos teus encantos
prevendo-te do despertar das tuas paixões.
qual não foi minha surpresa,
quando em meus olhos surgiram encantos
de desesperar-me alma
e ferver-me entranhas.
meu medo de paixão tua,
veio à mim como que por rebeldia
às minhas falas.
e de ti agora me resta apenas esquecer-te.
e à distância unir saudades certa e lembrança eterna
dos meus sentidos misturados aos teus."

*alucinação*

"os textos que escrevo bêbada,
dispertam sonhos que não contenho em mim.
e na minha imagem,
sonho em acontecer verdade.
alucinação."

*metade*

"ela pode ser nada do que imagino.
mas prefiro a farça de acontecer inteira,
ao acaso de um dia sonhar a ser
o que o teu desejo pensa.
metade."

*sou o nada*

"não sou nada do que gostaria de ser.
sou mais do que reconheço,
menos do que imagino
e nada do que mereço.
sou metade de tudo aquilo
e nem se quer conheço o meu inteiro.
sou tudo o que realizo
e nem se quer penso no que desejo acontecer.
sou isso e mais aquilo tudo

o que meus olhos teimam em não ver.
sou o nada,
dentro de um todo que nem eu mesma enxergo ser."

Saturday, June 24, 2006

*amores*

"de amores,
vivo, eternizo, resisto.
de amores,
sonho, desejo, realizo.
de amores,
amo.
além mar.
além ar.
além tudo.
de amores,
vivo nessa eterna saudade.
desejo vontade.
exponho verdade.
deixo claro o ontem breu.
e me levo para os teus braços
para em teus abraços descansar.

saudade de outro mar.
amor.
há mar."

Thursday, June 22, 2006

*é dela*

"o olhar, o drama, o desejo de ser feliz.
é assim.
pode ser onde for.
pode ser com quer for.
mas o meu amor por ela é dela.
não tem igual.
não tem substituição.
é físico, químico, sentimental.
é louco.
e ferve sempre que a vejo.
seja no real.
seja no virtual.
o modo que ela me olha.
mesmo que não seja pra mim...
um olhar...apenas um...
é ela...é dela...
sim, esse amor é dela.
não tem quem tome.
nem quem se atreva a tentar.
porque é dela...
é só dela esse meu eterno amar. "

*antiga passargada de sonhos*

"a volta sempre me dói,
corroi...
em minha passargada eu já não reino.
meu inteiro virou meio.
e de metade me basta o resto,
o lixo de quem detesto.
não tenho mais aquela paz.
aquela brisa que outrora refrescava,
hoje me resseca a cara.
não mais me satisfaz.
prefiro a vida em mundo de recordação.
a verdade trás decepção.

tristeza.
dor.
saudade."

Monday, June 19, 2006

*louca.só pode ser loucura.*

"para onde foi a frida que viria viva nos receber à porta?
para onde foi o sonho que tive?
para que lado correu o rio que levava aquela folha?
onde está o meu amor junto com o anel?
como pude deixar sumir assim?
como pude deixar sumir de mim?
não consigo me entender.
como posso não me deixar ser?
como posso não te ter?
como posso saber de ti se comigo não mais está?
como posso me deixar levar?
não me entendo.
sou louca.
é isso.
só pode ser.
não cabe.
cadê aquele amor?
foi preencher outro coração?
não coube em mim e fugiu para outro.
para outra.
para o mundo.
não consigo me desfazer do que ainda resta.
não consigo me libertar de ti.
não consigo te deixar partir.
porque dói tanto o meu peito?
porque não consigo levar nada a diante?
ai meu Deus!
olha pra mim!
tô cansada de lágrimas.
tô cansada de dor.
tô cansada dessa vida de fuga de amor.
não dá mais pra mim.
não cabe mais.
será que nunca vou deixar caber?
PORQUE?
porque?
porque?
porque?

solidão."

*amar-te*

"não me permito amar-te.
não te permito amar-me.
não aceito a felicidade em meu peito.
rejeito o teu jeito junto ao meu.
meu lado joana grita aos teus ouvidos.
eu também não gosto dela.
ela é assim como disse ana.
tem risada macabra.
eu não aguento isso nela.
nessa tal joana que insiste em viver em mim.
queria conseguir não te amar.
queria conseguir te amar.
queria conseguir ser só tua.
depois da cocaína vem a depressão.
é o que dizem.
depois do riso caem as lágrimas.
é o que sei.
depois do sonho...
acordo em realidade
e sinto que na verdade...
te amar me dói.

não consigo admitir a dor.
não cabe mais o amor em mim.

não.não cabe."

Wednesday, June 07, 2006

*sentimento*

"sentimento é coisa que não cabe em pensamento.
não cabe nas palavras ditas do momento.
sai assim sem controlar.
sem pensar ou calcular.
sentimento vem sem tempo.
invade mente.
atiça desejo.
sufoca em lampejo.
sentimento é lamento que não quer calar.
descontrola o coração.
desordena a emoção.
é entregar sem esperar.
sentimento é isso.
é aquilo por aquele que insisto em não deixar."

Tuesday, June 06, 2006

*desculpa.eu te amo*

"ela me pediu desculpas pelas lágrimas que derramei.
me encarou firme e disse: eu te amo Beatriz.
eu me deixei levar.
cansada por fingir não mais amar.
ela chorou em meus braços.
amou. iluminou meu rosto.
depois chorou.

eu pedi desculpas pelas lágrimas que derramou.
eu a encarei e disse: desculpa menina.
ela se desculpou novamente e disse:
eu te amo Beatriz.

acordei."

Thursday, June 01, 2006

*chega*

"chega de lágrimas.
parem de correr pelo meu rosto.
chega de mágoas.
não te quero mais no peito.
serei eterna filha de Rodin.
a princesa do castelo de Netuno.
serei meu mundo.
sujo, feio, imundo.
serei rainha das minhas meninas.
fêmea dos meus machos.
serei tudo o que ninguém mais quer.
a nata do luxo.
o lixo.
a farsa do país.
aquele país de Alice.
maravilhoso e falso.
inexistente.
chega."

*morte*

“era o que eu não queria.
era o que eu não precisava.
surgir assim.
mesmo que distante...
vir olhar pra mim.
não.
eu não quero mais.
quero distância e paz.
não quero tormentos do passado.
não quero fantasmas invadindo meu quarto.
quero paz!
será que é tão difícil de entender?
será que ninguém pode se conter?
pra quê fuçar na vida alheia?
pra quê surgir olhando em frestas.
não quero mais minha vida invadida.
não agüento mais a tua presença.
ferida.

dói.
corrói.
destrói.

hoje...
o que eu mais queria hoje...
era poder morrer em paz.”

*herança*

"ele nem sabe de mim.
não sabe quem sou.
não fala meu nome.
não tenho seu sobrenome.
ele não vive em mim.
não me permitem vivê-lo.
guardo dele apenas distância.
não sei dos seus olhos,
se brilham como os meus
quando brinco de infância.
ele está perdido no mundo.
pode ser qualquer vagabundo.
pode ser rico ou passar fome na praça.
pode rir ou achar graça.
e fica comigo na dor.
na lembrança que não tenho.
na esperança que corrói o peito.
triste pensar nele.
triste olhar para ela e me sentir assim.
perdida de mim.
sem herança.
sem memória ou lembrança.
sem presença no meu mundo.
isso sim é traição.
descobrir que o sim é não
e permanecer em dúvida."

Tuesday, May 30, 2006

*deixa*

"e vem a menina me olhando.

aquele olhar meio de lado.

sorriso safado.

gosto maroto.

vontade de sonho.

me deixo levar por seus encantos.

toca a viola.

afina o baixo.

entra na roda.

me deixa no chão.

faz pintar cabelo.

me tem nas mãos.

deixa menina.

deixa ser minha.

deixa realizar desejos.

desejos.

muitos desejos.

vontade em vão."

Monday, May 22, 2006

*fim*

"não quero mais chorar por amores
destrambelhados que encontrei na vida.
chega de fingir felicidade em olhos
cheios de lágrimas e corações congelados de dor.
não quero mais sofrer de amor.
não vale a pena.
não tem sentido.
já basta de tanta hipocrisia.
de fala mansa pra agradar ouvidos.
prefiro os teus desatentos gritos.
teu sufoco explosivo.
prefiro a morte à tuas falsas verdades.
cansei de brincar de artista para te encantar.
cansei de falar de amor que já não há.
meu coração morreu.
sou escrava de falsas histórias de amor.
sou atriz de filme pornô.
sem nome certo.
sem carinho, sonho, vontade.
deserto...
vivo de falsos prazeres.
esqueço os meus deveres.
e brinco entre as crianças
absorvendo pureza perdida de mim.
cheguei ao fim."

*lamento*

"seus textos saem como lágrimas.
escorrem por entre os dedos sem pausa.
aos prantos.
entre suspiros e desencantos.
despertam conflitos internos.
atingem o outro sem penar.
faz soluço anunciar.
seus textos se misturam aos meus.
invadem um mundo breu.
desesperam o outro.
ignora a outra.
faz-se presente na ausência.
e se entrega.
mostra o que não quero ver.
deixa claro o momento.
ignora sentimento.
faz surgir o meu lamento.
desilusão."

Friday, May 19, 2006

*dona de mim*

"sabe o que é...
eu me amo demais.
sou gostosa demais.
e vivo nessa soma de sentidos por mim.
é. isso mesmo.
diria meu terapeuta:
-é crise de auto-suficiência!
sim. e daí?
pra que preciso de outro se tenho todas as minhas facetas?
minhas diversas versões.
minha buceta.
não preciso desse ou daquele.
muito menos daquela lá.
não. eu sou mais eu e meus dedos ágeis.
sou mais a minha pele tocando a minha.
não preciso de alguém.
nem de você e nem de ninguém.
sou eu comigo e tá dito.
me amo assim.
dona de mim.

vê se me deixa.

tá bom...tá bom...
é isso sim.
o amor dela é por mim. "

Thursday, May 18, 2006

*ponto de vista*

“não. eu não sou sapata.
eu não gosto de mulher.
é tudo ilusão.
tá louco? pirou rapaz?
já disse que não rola.
“eu não gosto disso”.
você me disse
e eu afirmo;
eu não gosto disso!
já falei que não rola.

desisto.

e não insista!

tudo é uma questão de ponto de vista.”

*paraíso*

"pode achar que o teu pinto é maior que o meu.
pode querer disputar no breu.
mas nada adianta.
sou mais eu em tua manta.
sou mais dona das minhas verdades
do que viver tua falsidade.
prefiro minhas rimas baratas à tua vã filosofia de bar.
sou melhor no teu lugar.
e me orgulho por teus gemidos
que ainda soarão altos aos meus ouvidos.

e enquanto sonhas, me divirto no paraíso."

*falsa moral*

"não!
não me interessa o que você pensa!
não interessa se é loucura, moda ou rebeldia.
sou o que sou.
não me importo com a tua falsa moral.
não adianta fingir ser normal
se o normal não existe pra mim.
sou feliz assim.
sou mais eu.
sou menina, sou mulher, sou inteira!
me completo com minhas paixões.
sejam elas reais ou imaginárias.
me contendo com meus desejos e me deixo levar.
o que você lê aqui não é acaso.
é o que quero ser exato.
mas não quer dizer que me permito.
sou assim como insisto.
imaginário."

*mentiras*

"não se prenda às minhas mentiras.
elas servem apenas de passagem entre o real e o imaginário.
e o risco que se corre ao escutá-las
é imenso e provoca náuseas.
minhas mentiras irão corromper teus sentidos.
e mesmo que o seu mais intimo me ignore.
nada adiantará.
elas são mais fortes que o mundo.
encantarão.
seduzirão.
e aos teus ouvidos,
restarão os meus gemidos.

meus pedidos mais intensos.
meus suspiros de desejos.
e ao final
nada restará além de mágoas."

*não consigo*

"letras loucas saem em minha mente.
meu passado torna presente.
meus momentos se repetem.
não adianta.
não quero isso – insisto –
não adianta.
eu sempre volto ao mesmo.
aquele momento.
aquela lembrança.
vou com sorriso no rosto.
deixo exposto.
escondo vontades.
dito falsas verdades.
não deixo claro o que sinto.
fujo do que imagino.
corto meus pensamentos.
não deixo plantar desejos.
procuro em outros o gosto doce da tua boca.
em vão.
eu sei.
nunca será igual.
não te encontrarei em outro espaço.
em outro abraço.
não terei de volta a sensação que tive.
nunca.
sei que nunca conseguiria.
meu coração congelou.
não me permito amar.
não quero me apaixonar.
não consigo esquecer.
não.
cansei de dizer não.
mas é tão difícil aceitar.
é tão difícil calar.
não sei.
sei.
mas não consigo.
texto indeciso."

*talvez*

"talvez seja ela
talvez não adiante fugir.
mas não.
ela não é minha tristeza.
minha agonia.
e nem tão pouco o meu êxtase.

talvez fosse mais fácil assumir saudade.
confessar desejos.
mas não.
ela não é dona dos sentidos.
não é ela a responsável por minhas loucuras.
não é dela o meu sonho.
não é com ela.

talvez seja...não sei...

minha cabeça gira rápido demais.
meu coração bate acelerado demais.
e por mais que você insista...
nada é certo pra mim.
nada é claro.
sou eterna confusão.
melhor manter distância.
não dá criança.
não dá."

Monday, May 15, 2006

*confesso*

“ela confessou me amar.
ela me amou inteira.
eu me deixei levar.
não tenho motivos pra calar.
minhas vontades berram aos ouvidos dela.
e ela finge não me escutar.
“confesso...
acordei achando tudo indiferente.”
mas me deixei.
melhor assim.
permita-me viver-te.”

(*trecho de Confesso – Ana Carolina)

*hoje*

"hoje me perdi nas lembranças.
revivi cada momento por entre meus textos.
hoje encontrei o erro.
hoje me deixei encontrar.
hoje estive fora por séculos.
hoje me fiz presente em pensar.
hoje resolvi publicar.
precisava primeiro superar.
hoje viverei o eterno amanhã.
de hoje mesmo...
nada é como disseram meus textos.

eles são o ontem.
eu sou o hoje.
e amanhã...não sei ao certo."

*recomeço*

"vejo palavras nas entrelinhas.
estou cega de desejo.
vejo.
sinto corroer por dentro o que vejo.
mas estou cega.
desejo.
espero passar a febre.
espero o desejo se desfazer em mim.
paro.
penso.
esqueço.
não quero pensar no que vejo.
pois cega não sei ao certo.
desperto ar, fervo desejo.
durmo.
acordo em outra dimensão.
me perco.
esqueço.
respiro.
volto ao começo."

*perdida sem mim*

“e é por entre olhares que me encontro assim.
perdida, sem mim.
não acho minh’alma.
surto.
viajo pra outro mundo.
e só consigo ouvir teu corpo pedindo o meu.
longe...tão longe...
consigo sentir tua boa tocar a minha agora morta.
e ai de mim ameaçar voltar.
ai de mim voltar de lá.
não. me deixa.
tá tão bom assim.
me deixa perdida de mim.
deixa minha vida parar por alguns segundos.
deixa meu corpo relaxar por uma noite.
deixa.
uma hora eu volto.
deixa amanhecer o sol enquanto me perco na lua.”

*ferve*

"ferve.
quando a gente menos espera ferve.
de amor, de dor.
até de frio quando não mais é calor.
ferve de raiva.
ferve de sonho.
ferve de beijo leve, morno ou fogo.
e nessa onda de calor...
perco-me.
sem rumo.
sem luz.
sem cor.
dor."

*preto*

"preto.
preto de raça, cor, pudor.
preto do mulato calado.
preto da mulata assanhada.
preto do olho do moço.
na moça da praça.

preto.
preto de vida sofrida.
preto de dor.
preto da vida amargurada.
de coração apertado.
preto de liberdade perdida.
preto de sonho.
de ilusão destemida.
preto fugido.
por entre brancos tão pretos de alma."

*olhar*

"não deixe que o fogo ardente do teu olhar sereno,
penetre fundo nesse veneno.
que teu brilho doce se apague amargo
nesses olhos tristes por deixar morrer.
não. não quero morte de amor eterno.
quero vida após anunciada mágoa.
quero paz em coração gelado.
quero fogo na aurora clara.
quero paixão.
quero deixar a tristeza de lado.
e mergulhar no azul do teu olhar.
sem medo.
sem limites.
quero sonhar e poder acreditar."

*amigos*

"todos os meus amigos sumiram.
precisava apenas de um ouvido.
de um colo pra poder descansar.
que triste essas voltas do mundo.
é triste sentir tanta gente ao meu lado
e por fim estar só.
sentada embaixo dessa árvore.
e tendo somente ela a me consolar.
triste.mas ao menos percebo
que não estou realmente só.
estou aqui.
fincada na terra
junto às raízes de quem me acompanha."

*perdida*

"poderia escrever mil versos sobre a sua volta.
falaria da saudade que tive.
das vontades que senti.
dos desejos presos na língua.
mas não. de nada adianta deixar escrito.
não teria retorno seu.
não saberia tê-lo.
meus sentidos se misturam.
minhas vontades se contradizem.
meu mundo não mais existe.
estou perdida de mim.
perdida de ti.
e acreditando não mais existir."

*clichê*

"corrói o peito.
nem textos saem.
nem foto-imagem.
nada.
tá tudo assim.
perdido.
sem chão.
mas passa.
tudo passa.
nada é em vão.
chega de clichê."

*pra Vanessa*

"ela me diz pra mudar a cor dos olhos.
ela grita aos meus ouvidos para ficar.
e eu aceito.
viro e reviro os olhinhos.
deixo claro minhas intenções.
deixo no rosto o sorriso bobo.
e é pra ela o meu sorriso.
é pra ela a minha alegria.
é por ela o meu desespero."

*fenix*

“Tô vendendo as asas que possuo por não ter nada mais.”
(Vanessa da Mata)

"não quero mais voar.
não quero mais ir longe demais.
não valeu a pena, disse ela.
e não valeu mesmo.
se ela disse, então não valeu.
não vale.
nunca vale.
é sempre assim.
tome minhas asas.
voe para longe de mim.
fincarei meus pés na terra.
voltarei ao pó e renascerei das cinzas.
te levo comigo tristeza.
e depois de morta me encontrarei em vida.
noutra vida ao certo.
esqueço que nada é ao certo.
e fico perdida de mim."

*bichos*

"enquanto elas juram querem o amor
ele quer o meu sexo.
elas fingem querer apenas amor.
mas não sou tola.
não sou besta.
meu sexo é o que atrai todos.
meu cheiro deixa o rastro para que todos sejam iguais.
para que todos sejam bichos.
sedentos de fome.
cansados de falso amor.
não existe mais amor.
só sexo.
só dor.
bichos."

*chama*

"não quero publicar meus lixos.
por luxo sem nexo de querer sofrer.
não quero deixar fincar no peito a dor.
nem mesmo fingir verdades de amor.
quero a paz de outrora.
na luz aurora dos olhos teus.
quero deixar claro que meu breu é luminoso.
fui formada em cênicas.
sei fingir verdades trêmulas.
sei sorrir sem deixar chover nos olhos.
sim, pois meus olhos chovem.
e meu corpo engana.
te pede em chama."

*insana*

".ando dormente.em corpo.em alma.em mente.em vontades.ando dormente de mim.perdida nas minhas verdades que só atormentam o corpo.sou louca.tá constatado.tá registrado.tá explícito.não tenho cura.já disseram os médicos.não tenho cura!e nunca terei.pois sou assim e pronto.vivo nessa loucura intima que mistura encontro e procura.resultando em desespero.loucura.louca.completamente louca.pose de sã.não caia na minha laia.verdade insana.perigo!"

*amanhã eu resolvo*

"se viver o hoje não deu certo.
deixarei para amanhã.
afinal, amanhã é o grande dia.
amanhã tudo se resolverá.
e assim, deixando para amanhã o hoje, o ontem, o eterno...
não terei mais que me preocupar.
deixa pra lá.
amanhã eu resolvo."

Sunday, May 14, 2006

*elas*

"são tantas dentro de mim
uma dança
uma canta
uma encanta

uma fala de amor por outra
uma sonha em me ver amando
outra chora por não mais amar

tem aquela louca varrida
tem a santa
a esquisita

tem aquela que não sai do pensamento
tem a outra que passou a ser momento
tem a adulta
tem a criança

eu vi uma esses dias
mas já nem lembro quem é ela
tava louca
estranha
perdida
de repente trepando com aquela
deixei pra lá o pensar nela

mas do nada surgiu a única
uma que se fez completa
uma só que tomou conta
aquela
não lembra?
sim
essa mesma
mas sabe...
me perdi dela
e tive que ficar com todas
pra poder esquecer aquela

não
você não entendeu nada
entre elas
eu sou todas e nenhuma delas"

*sonho*

"as palavras saem em forma de neve
vão caindo sob meu corpo
invadindo cada pedaço do meu caminho
me querendo caída ao chão
desesperada
alucinada
angustiada
ana canta ao meu ouvido
tenho sonhos enterminaveis como os beijos de vanessa
e dança a menina nua em minhas lembranças
e ferve minhas vontades por lembrar
deixa pra lá

...

deixa pra lá
pra amanhã quem sabe eu acordar"

*verdades*

"meus momentos passam sem medo
minha vida se esvai por entre os dedos
e do meu mundo o que me resta é paz
pois amor não quero mais
fujo por entre becos escuros
me esquivo das luzes ao fundo
prefiro calar lábios por penar
prefiro iludir sonhos a tentar
me deixa vida
deixa meu mundo encoberto por essa lama
deixa meu ninho vazio de alma
mas não deixe meu coração calar
não deixe que o frio da cama me invada
esquenta meu corpo em vontades
para que assim...
de nada adiante verdades

viva em berço frio"

Friday, April 28, 2006

*renascer*

"das verdades que sinto.
vivo. realizo.
espero por beijos intermináveis.
por olhos iluminados de prazer.
e sei que um dia.
no meu mundo, hoje em breu.
renascerei por entre cinzas.
tornando flor em lábios teus."

Wednesday, April 26, 2006

*nojo?*

"de paixão para nojo é um passo.
e nesse compasso, meu peito sufoca.
aperta. dor inquieta.
rima barata? talvez.
mas o que vejo são verdades não ditas.
triste.
o que parecia ser, hoje já não mais é."

Thursday, April 20, 2006

*sonho de samba*

"o samba ficou pra outra.
ficou praquela que não sei ao certo quem é.
desfiou o vestido de linha.
desvendou sorriso de menina.
tornou mulher em meus
braços
e aos teus a
braços me entreguei.
não. tudo não passa de ilusão.
o que senti, sinto ou sentirei
não vale o beijo que te dei.
nada disso é realmente como deveria ser.
nada disso foi.
nem os teus
braços nos meus eu tive,
nem tua boca,
teu sexo
ou teu gozo terei.
despertei.
em sonho, um samba dancei."