Friday, February 23, 2007

*fogo*

"fogo de derreter entranhas.
de desejar em cama
o que há tempos clama.

fogo de desvendar desejos
de espalhar lampejos
entre suspiros e beijos.

fogo de ter como meu
o que hoje é breu
entre os olhos teus.

desejo."

Monday, February 19, 2007

*amor demais*

“tem horas que amor demais não serve.
tem horas que amor demais me basta.
tem horas que amor demais é forte.
tem horas que amor demais me afasta.
tem horas que amor demais me suja.
tem horas que amor demais perfuma.
tem horas que amor demais eu quero.
tem horas que amor demais desprezo.
tem horas que amor demais me encanta.
tem horas que amor demais desanda.
tem horas que amor demais é tudo.
tem horas que amor demais me cansa.

por isso, vivo a amar demais o que não tenho.
e a querer amar o que não presta.
por isso, vivo a sofrer de amor.
e a querer amar até que a morte me separe de mim.”

*cansaço*

“se fosse descrever o que sinto,
seria simples...
cansaço.”

*vazio recomeço*

"meu mundo está vazio.
sumiu aquela paz.
congelou dentro do peito.
coração branquinho de neve.
sumiu a nuvem de algodão.
ficou o vazio.
o vácuo de outras épocas.

recomeço é sempre assim.
triste.
frio.
sem esperanças.
sem luz nem tom.
sem nota.
sem cor.
sem arte nem dor.
é vazio.
parado.
sem graça.

roubaram de mim o sorriso.
meus olhos estão molhados.
minhas entranhas sufocadas.
e meu medo...
vívido.
como o pouco que ainda me resta."

Monday, February 12, 2007

*sonho.encanto.*

"em teus braços
busquei paz
que me faltava à alma.
dormi tal qual
anjo de sonhos
em nuvem de algodão.
perdi-me em teus carinhos.
suguei brilho do teu olhar.
sonho.
encanto.
paz ao despertar."

Monday, February 05, 2007

*fuga*

“sinto chorar alma
por querer poder.
olhos escorrem chuva em água e sal
por deixar ser.
corro da lembrança do outro
na boca daquela que já não me tem.
vôo de encontro ao nada
que preenche alma por imaginar.
penso em me entregar.
durmo ao acordar.
esqueço.”

*vagando*

"despertei entre sombras
que não me pertenciam.
vaguei por matas frias
desejando não estar.
finquei os pés na terra
em gesto-fuga
dos que me cercam.
e ali, paralisada,
sem saída,
sem morada,

me vi presa,
desarmada,

e entregue ao teu falso amor."