*medíocre*

"ontem quando acordei
lembrei que contigo sonhei.
rima barata criei.
sorri.cantei e chorei.

CHEGA BEATRIZ!
pára com esse sorriso besta!
pára com essa música alta!
pára!

não sei.
sorri.cantei e chorei.
saudade matei.
felicidade guardei.

em rimas medíocres serei...
paz de amor que te dei."

*é simples! é um triângulo*

"forma informa.
metade completa.
vontade cega.
desejo incerto.
amo. quero.
odeio. perco.

é simples!
é um triângulo.

e do olho que brilha...
faíscas queimam."

*é eterno*

"falar de antes é fácil.
existe lembrança presente.
de agora também.
é agora.
é presente que tem.
que pode ser ou não futuro.
mas falar de eterno eu já não sei.
no antes te tive nos braços.
senti teu laço.
perdi compasso.
no hoje te vejo de longe.
tenho perto a lembrança.
sinto forte o carinho.
mas o certo é sozinho.
...
de eterno...
é tudo.
é o antes com o agora.
o agora com o depois.
o antes em lembranças.
o agora em sonho.
o depois incerto.
...
falar de antes é fácil.
vem brisa de mar.
vem dançar e cantar.
vem abraço apertado
e sonho de menina
...deixado...
falar de agora é fácil.
vem carinho intenso.
saudade de estar.
vontade de voltar.
certeza de pra sempre.
...
falar de eterno não dá.
porque eterno é tanto.
eterno é imenso.
é completo.
é lembrança coberta de sonhos.
é sonho coberto de saudade.
é verdade distante...
eternamente próxima.
é estar aqui e aí.
é querer.
poder.
sentir.
ter.
perder.

é sonho.
não se toca.
se sente.
se confunde.
se entende."

*quero-te beijo*

"guarde no teu colo a paz que me falta.

não sei viver sozinha.
mesmo só em minhas vontades
encontro outro, outra...
...tu...
quem sabe?

minhas mantas fervem em constante forno brando.
calmaria me adormece.
vontades gritam em minhas entranhas.
aquietar-me NUNCA!
desejo sempre.

guardo o que te pertence.
não preocupa teu coração.

sente meu querer-te beijo.

espero.quero.posso?"

*entrelaçadas*

“em dias que sonho não acompanha sono.
o melhor é se entregar.
deixar-se ser, sentir, estar.
e quando menos esperar
o sonho se faz real
e o sono não quer chegar.

entrega teus lábios aos meus.
deixa sonhar verdade.
encontra meu corpo em breu.
deixo viver vontade.

sonho acordada em teu espaço.
me perco ao teu abraço.
não deixo vencer cansaço.
te quero, te tenho, laço.”

*estava frio lá fora*

"estava frio lá fora.
não queria partir.
não quis deixar dormir.
sonhei...
estava frio lá fora.
entreguei-me aos teus abraços.
quis ninar-te nos meus braços.
amei...
estava frio lá fora.
senti dedos tocarem alma.
deixei beijos tornarem calma.
acordei...
estava frio lá fora.
enquanto quente o teu corpo.
dorme noite em primavera.
sonho e quero...
quem me dera.
estava frio lá fora."

*viva*

"voltou ao dedo como memória antiga
de amor eterno.
voltei à vida como em sonho bom
de que não se quer despertar.
minha menina ainda bate no peito.
ainda sussurra aos meus ouvidos
palavras doces.
e deixa pêlos ouriçados por lembrar.
a saudade machuca,
mas estou mais forte
por poder amar.
estou mais intensa
por assumir o que nunca esqueci.
precisava gritar ao mundo.
entregar alma...
atravessar oceano.
e deixar chegar a ti
minhas vontades.
amo-te.
como nunca...
e como sempre.
saudade."

*auto-bio*

"uma menina que sonha em ser mulher.
uma mulher que teima em ser criança.
alguém que se esconde do amor.
alguém que tem medo da dor.
sou aquela que perturba teu sono.
sou a outra que invade teu sonho.
sou menina de muitos amores.
sou mulher que desperta horrores.
sou aquela que muda ao luar.
aquela que encanta e arde ao tocar.
sou a mesma de ontem.
e a sombra do amanhã.
sou primeira,
inteira, eterna.
sou verão e primavera.
danço nos teus lábios.
canto aos teus ouvidos.
zombo do teu gozo.
caio aos teus gemidos.
sou arteira.artista.
pequena.preguiça.
sou intensa.poeta.
adulta.moleca."

*como dói um som*

"é só um sotaque, eu sei.
é só uma outra língua, eu sei.
é só uma outra boca.
é apenas um antigo desejo.
é apenas o sonho frustrado.
é apenas uma ilusão.
e ainda me dói.
faz falta, é verdade.
mas dói.
dói muito.
e por doer assim,
não consigo esquecer.
não sou assim.
não tenho esse rancor.
nem se quer essa indiferença.
nem se quer gosto da ausência.
faz falta, é verdade.
mas também faz mal a presença.
sempre procuro o motivo...
se a vida não fosse assim...
se não tivesse sido...
como seria?
como poderia?
não tenho respostas...
odeio não ter respostas.
odeio não esquecer.
odeio sentir falta.
...
como gostaria de você perto agora."

*confesso*

"pode parecer loucura.
mas muitas vezes sinto saudade.
é. é loucura.
...
mas confesso:
saudade."

*é azul!*

“hoje acordei pensando em você.
no teu beijo.
teu jeito.
teu cheiro.
sonhei com o que passou.
quis viver aquela conquista.
hoje é seu dia.
meu. nosso. deles.
dia daqueles que se amam.
dos que sabem que se amar...
é pão feito em casa.
mas que também pode ser pizza.
ou mamadeira de morango.
nesse dia...hoje...seu dia...
quero deixar o que sinto chegar a ti.
sair de mim como diria Nando.
e tornar real.
afinal, desde que soube que não era preto,
era azul!
mudou meu mundo.
e a Janis pareceu gritar mais alto do que de costume.

saudade.”

*quase alem*

“ao ouvir o tom,
quase não acreditei.
foi quase o sonho que sonhei.
e de tanto quase...aceitei.
enquanto vivo o que guardei
desejo o quase de mais além.
vontade.
alem mar.
saudade.
hoje beijo a face do outro.
guardo o que te dei.
eterno e forte o quanto amei.
verdade nossa que acreditei.
vivo o agora...
e desejo o que já tem.
amada, amante,
amor além.”

*sonho-espera*

“deito em tom de azul.
saudade invade peito.
trás de volta meu tormento.
vivo entre paixões distintas...
e guardo comigo amor antigo.
entrego em sonho,
desejo de além mar.
saudade.
espera.
alma encontrar.
encanto.
menina da lua de olhos de mar.
verdade.
acordar.
desejo.
realizar.
vontade.”

*nada igual*

"que sentido teria escrever algo sem sentido?
fácil.
sentido algum.
por isso escrevo.
como se sentido houvesse.
mas no fundo o vazio existe.
não tem nada além do oposto.
está escrito no rosto.
está claro como lâmpada de mil volts.
e escuro também.
pois sentido não tem.
sentido algum como não tem vintém.
confuso como a paz.
intenso como brisa de orvalho na pétala de flor.
sórdido e angelical.
não tem um sim ou não.
está assim.
sem razão.
nem bom nem mau.
final sem fim.
nada igual."

*ciclo eterno*

“quero entender teus sentidos.
surgiu como anjo.
deitou como bicho.
deitei em demônio.
entreguei tudo o que tinha.
perdi noção de tempo.
quis estar perto.
fugiu.
sempre igual.
querer.
ganhar.
perder.
esquecer.
o ciclo persiste.
o amor não existe.
me ama como se fosse a última.
me entrego como se fosse o único.
fugimos como quem quer o escuro.
desejo o inseguro.
tenho.”

*sombra do que vivo*

"só me sente se me veres, olhos.
só me tente se me deres, colos.
não quero o teu querer perdido.
preciso mais do que digo.
contrário certo
de um acaso escrito.
sonho muito.
e por sonhar demais
vivo longe do que pareço ser.
espero demais.
e quando vejo...
já deixou de ser.
hoje acordei triste.
amanhã já não persiste.
o que vê ao olho agora,
num instante à sombra chora.
não se prenda a palavras soltas.
sonho mais que realizo.
improviso.
sou a sombra do que vivo.
distração."

*phoda*

"bússolas nascem do peito.
areias percorrem pensamento.
ao vento, disparo sentimento.
que chegue a ti o meu tormento.
leio-te por entre imagens.
como-te por entre linhas.
devoro-te em corpo e mente.
entrego vontade ausente.
quero dizer-te do que sinto.
do que tenho.
do que vivo.
infinito.
quero contar-lhe da paz que busco.
pois tu sabes que ela se encontra em ti.
quero lembrar daqueles tempos.
e imaginar o como foi, é e será.
sem paz alguma por dentro.
seremos em um só momento.
únicos.
phodas...com “ph”.

porque foda que é foda.
é phoda.
de encantar.
saudade."

*tuas palavras*

"tuas palavras invadem meu corpo
como adagas recém moldadas em chamas.
como mãos de depravação
invadindo entranhas.

tuas palavras me tiram o fôlego
e fazem surgir vontades
entre pernas trêmulas
banhadas de desejo e gozo.

tuas palavras são tuas,
mas em mim,
se tornam nossas
mais profundas e intensas verdades.

tuas palavras são desejos expostos
cobertos de tal ou maior sabor,
de lábios banhados em doce mel.
são intensas como os sentidos que temos.
e são visíveis em teus olhos cor de céu."

*quando o sono não vem*

“enquanto espero por sono.
palavras invadem meu corpo.
e deixam em mim
desejo de ser.

enquanto espero por sono.
vontades corroem entranhas.
e resta a mim, artimanha,
me satisfazer.

enquanto espero por sono,
deixo que o sonho despenque
e me entrego à fantasia de ser,
por um instante de noite...
tua, ao meu bel-prazer.”

*espera*

"arde em meu peito
um gosto intenso.
tempero amargo
de espera e dor.
arde vontade
de sentir-me nua
em teus braços,
e deixar que teu corpo
transforme em gozo
o desejo que trago.
arde a loucura entre os dentes
que ferem carne
e cravam em entranhas
pecado de amar.
arde o melado do gosto
na calada da noite
que grita por ti.
arde querer-te em mim
com tal e maior fervor
que existe em um sim.
arde a entrega
que hoje espera
um amanhã sem fim."

*despir-se*

"despi-me de medos internos.
mostrei o que tenho,
o que quero e espero.
deixei-me exposta.
sem armas impostas.
nua de tudo,
crua,
em mim.
e ao dizer-me entender.
não quis crer no sim.
e fugi como louca.
procurando-o em mim.

despe-se.
que te encontro ao fim.
entrega."

*presença*

"presença sincera
que traz ao meu rosto
o gosto que quero.
presença sincera
transforma meu frio
em avesso interno.
presença de alma
que vem e acalma
e leva ao peito
o gosto de paz.
presença que quero,
imploro e espero...
com gosto de mais."

*tormento*

"quando penso em reagir,
vem a vida e me destrói.
leva de mim o riso.
deixa liso de dor o rosto.
transforma qualquer bom sentimento em mágoa.
e faz esvaziar do peito o calor que tinha.
fico fria.
descanso entre meus lençóis
tentado não deixar crer o que vejo.
mostrando ao outro o meu desejo.
mas tendo em mim o medo intenso.
perda.
tento conter lágrimas.
tormento.
me perco em minhas palavras.
lamento."

*metade*

"o que sei é que de nada adianta a espera.
por nada vale sonhar meus sonhos.
melhor seria acontecê-los.
jogá-los para fora da mente.
e acreditar que o invisível
está claro aos olhos.
tornar preciso o que hoje duvido.
ser intenso o que ontem morno.
deixar ao escuro a lembrança ruim de outrora.
de nada adianta isso tudo ao meio.
melhor seria o todo inteiro
repleto de mim."

*lenineando*

"lenineando sobre o amor.
caio na questão do avesso.
do oposto em encontro ao outro
e do igual se perdendo entre mesmos.
lenineando é fácil.
é simples.
é prático.
afinal ao amor,
Lenine reduz:
simpático.
e se "simpatia é quase amor".
morro simpatizado por tudo ao redor."

*é noite*

"é noite.
chora o céu.
estrelas caem em meus lençóis.
vento no véu.
levanta a saia dos girassóis.

é noite.
o inverno toma conta.
desejo esquenta.
sonha.
corpo treme em sensações.
vontade.

é noite.
choro em lençóis.
desejo levanta saia.
conta vontade.
corpo sonha.
vento sopra no céu.
sensações."

*estupro d'alma*

"rompeu pernas em vontade intensa.
roubou rubro em face contido.
tornou fogo entre entranhas ao breu.
despiu alma em desejos de carne.
pele e olhos claros em pêlos negros
ouriçados por tesão e ódio.
como nunca antes entregue ao seu.
como nunca antes liberta ao céu.
solta o que te sufoca.
sonha com o que te apetece.
surge no ventre o outro
de um louco, insano,
desejo de amar."

*foge*

"odeio quando fico assim.
odeio quando penso em te querer.
quando tento não conter.
e quando me deixo crer
que ainda há tempo.

odeio saber de ti.

prefiro mil versos tristes.
mil sonhos fúteis.
a qualquer vontade insana
de querer maior.
prefiro me conter entre meus textos.
vomitar minhas palavras.
a deixar voltar a mágoa
de ter-te teu em braços meus.

odeio esse falso amor.
essa falsa verdade.
e a intensa maldade
que comanda meu coração.

deixa quieto.

foge enquanto há tempo.
some do meu alcance
pra não cair nas entrelinhas
desse verso triste
de dor constante."

*vinte e sete anos*

"cansada de reviver tristeza.
-tá bom o drink?
-tá gelado o chopp?
tudo certo entre sorrisos falsos.
pois por dentro é vazio.
do doce do drink surgiu o amargo.
o chopp gelado fincou no sangue
e assim me sinto internamente.
gelada, amarga, sem vontade ou esperança.
sim, vinte e sete anos.
e o que tenho?
nada.
é tudo escuro e frio por trás dos olhos
que já não mais brilham em furta-cor.
cansada de chorar em quarto de hotel
como diria Chico.
querendo reaprender
a andar sem os pés no chão.
sentindo falta
de sentir feliz meu coração."

*avalanche*

"quando o mundo resolve desabar
não tem jeito.
ele vem com tudo.
arranca qualquer bom sentimento.
nos cobre de uma neve fina e fria
que parece penetrar n’alma.
e depois nos joga em avalanche.
transformando tudo em
uma imensa bola branca.
sem cor.
calor.
emoção.
nada.
quando ele resolve me arrancar.
me joga longe.
e me perco.
sem mais voltar."

*certos tempos*

"certos tempos nos levam a crer
que o que era já se partiu.
faz-nos pensar que o tempo
não está mais em tempo.
e que o acaso
era mesmo um momento.
certos tempos nos mostram
o outro lado do tempo.
aquele do passado intenso.
dos sonhos não realizados.
dos desejos contidos.
das vontades e verdades
tão cruelmente guardadas em breu.
e que hoje nos deixam arrepender
por não ter feito em tempo.
certos tempos nos fazem pensar
num passado distante
e esquecer um presente tão forte.
faz-nos querer voltar e morrer lá.
naquele tempo que já não há.
certos tempos nos impedem de viver intenso.
e mesmo que o morno não satisfaça,
é ele o momento presente.
e nesse tempo não pode ser diferente.
certos tempos nos deixam assim...
meio triste, meio “chinfrim”...
certos tempos nos tiram a vida.
e da morte, que é incerta, só nos resta a espera.
certos tempos nos distraem com novos sonhos.
novos planos.outros tempos.
certos tempos nos deixam viver.
enquanto outros mal conseguimos ver.
certos tempos são assim.
como o passado....o futuro...o de agora..
ou até mesmo o de nunca.
certos tempos nos entregam fácil.
enquanto outros nos deixam na espera.
certos tempos, mesmo que curtos,
duram uma era."

*entrega*

"daqueles que sonham...
tiro o mel da vida.
um beijo.
daqueles que temem...
levo comigo um resto de força.
em tempo.
daqueles que choram...
banho-me de suas lágrimas.
contento.
daqueles que cantam...
danço aos lábios tensos,
lambuzo pequenos pontos,
e entrego tudo o que tenho.
desejo."

*meioimendado*

"...tentei escrever em rimas bobas o que sinto por você...tentei não repetir os mesmos termos...não cair nos mesmos erros...e resolvi mudar um pouco e deixar tudo assim...meio corrido....meioimendado...pra dizer que não...não consigo falar que te amo...não sei dizer que estou apaixonada...pois o que sinto parece ir além...não tem nome...não tem identidade...o que sinto é estranho demais...é paz...e de paz, me disseram que o amor não vive...cantaram que todo amor só é bem grande se for triste...e eu acho que acreditei...me perdi nos versos...me encontrei em avessos...e quando resolvi lutar por meus sentidos....foi você quem se perdeu...sumiu...morreu...e eu só pude ter certeza que o meu amor é teu...mas do teu não sei ao certo...e você também não diz...por isso me perco...por isso fujo do meu querer...tudo só por medo de te ter e te perder...saudade..."

*foda-se*

"ah...se ando deprimida
e não te agrado...
foda-se!
se o meu jeito desagrada
e meu mundo destrói o seu...
foda-se!
sou mais eu em palavras fúteis.
em versos inúteis.
repletos de clichê barato e démodé...
foda-se!
não me interessa o teu querer.
quero mais é viver.
e sonhar.
e quem sabe um dia poder vencer.
e de resto...

FODA-SE!

...me deixa poder querer..."

*de cara na areia*

“nem tudo é como a gente espera.
nem tudo é como vivemos em sonho.
e de repente a onda vem
e nos leva assim...
deixando a cara suja de areia
e os dentes a morder mar
sem alcançar.”

*ausência*

"você não vê que a tua ausência só me afasta de você?
não percebe que o que era já não está?
que o intenso ficou fraco
e é frio onde ontem calor?!

não. você não consegue enxergar.
já não me vê e eu não te vejo chegar.

meu coração parou.
meu amor mudou.
e meus sentidos já não pertencem a mim.

você sumiu.
se escondeu.
partiu.

me perdi de ti.
tranquei teu colo longe de mim.
me entreguei aos braços de quem se fez presente.

e você...ainda hoje...
ausente."

*...*

“o som do mar ainda ecoa aos meus ouvidos...
a dança, o toque, o ser e poder ser...
o estar.
...
saudade.

o som do mar ainda ecoa aos meus ouvidos...
sim...talvez não faça sentido algum...mas sim...
ainda ecoa aos meus ouvidos.
...
sentidos.”

*dor*

“por vezes o que mais desejo não me vem.
não me aceita...
ou não aceito o que tem.
por vezes dói tanto uma ausência,
que a presença não mais convém.

me disse ser forte e ter fé.
não tem como
se de tão forte
caí nos braços de um Deus
que parece ter me deixado morrer.

dói.”

*mentira*

“teu contorno tem ferido minha carne.
teus sentidos se perdido entre meus sonhos.
da saudade quero fazer verdade.
e de nada adianta fugir...é tarde.

disse em tom maior
que meu desejo se afastou de mim.
mentira! eu disse.
...
e de mentira vivi o fim.

sorri por entre lágrimas.
senti pele doer...mágoa.
me perdi entre lençóis úmidos de suor e gozo.
me entreguei a encantos outros.
dor e sonhos.
me encontrei...
sozinha com outro alguém.”

*vitória*

“venço frio que invade peito.
disparo entre lágrimas e tormento.
como flecha de cupido que queima intenso,
deixo que o calor da paz me tome nos braços.
e me largo em teu espaço.
e me entrego ao teu acaso.
sinto renascer meu tempo
em leve passo de espera em frasco.

venço tudo o que passo.
paciência é só um laço.”

*inverno*

“as palavras não saem como desejo.
meu medo toma conta do todo.
e de nada adianta correr do tempo.
se o que vivo...é frio intenso...
espera.”

*não é certo*

"não quero outro raio na mesma cabeça.
não quero mais que Ele esqueça.
e quero...e vou...e acredito....
que Ele não vai esquecer agora.
não.
não é justo.
não é certo.
não é verdade.
acorda Deus!
que não é tarde."

*acorda que está na hora*

"por vezes vida em sonho
torna riso, choro.
paz, tormento.
amor, lamento.
por vezes o que mais quero é guerra.
e espero a hora certa.
e vejo ser exato aquilo tudo que sonhei.
e sinto que de repente acordei.
e que o sonho ruim acompanhou meu despertar.
volto como fuga à cama.
mas agora é tarde.
o que tenho arde.
e o que quero se perde no tempo.
espero.
rezo.
entrego."

*por preferir fico só*

"prefiro ser a outra
a ser aquela que não sabe ao certo.
prefiro o nada...
o nada ao certo,
a ser o certo
presente escuro
que corrói peito.
prefiro ser eu mesma
e sentir que o segundo é real.
sem que a dor desfaça o riso
que o limão não conseguiu.
prefiro o rosto uni porém feliz.
às lágrimas de peito triste que me diz...
saudade."

*desilusão*

“queria acreditar que te pertenço
e que o recíproco é verdadeiro.
queria me entregar sem medo
aos teus braços de calor
e ao teus lábios doce-cor.
queria sentir-te meu.
como me entrego teu
o meu amor por ti.
crer nos teus dizeres
e sonhar o que não creio.
poder estar ao lado.
tão presente quando perto.
e não sentir no perto,
um presente morto.
queria acreditar que tenho
todo esse tonto amor
que juras sentir por mim.
cansada de desilusão.
trocando um sim por não.
pois prefiro ter-te amante.
a ser vítima de um amor distante.

quando não há espera o nada não perfura carne.”

*espera*

"enquanto sonho,
meu pesadelo se completa.
enquanto vivo,
a morte me consome.
enquanto choro,
meu riso falso invade face.
e danço em silêncio a valsa de poucos.
e canto em tom menor o meu tormento.
e canso de me entregar.
sonho em poder estar.
saudade."

*não preciso*

"não preciso encher caixa
de e-mail com frases feitas
de romance barato
de novela das oito.
não preciso enganar
o que sinto
e conter o amor
que teima em me sufocar.
não preciso contar a ela
que meu amor é por ele.
e nem dizer que eu sou
a outra mais presente
que ele poderia ter.
não preciso mais fugir do que sou.
não preciso mais tentar esquecer.
pois o fato é que não apenas não preciso,
mas também não há querer,
agora é tarde para tentar esquecer.
não quero.
não preciso.
não consigo te esquecer."

*medo de querer amar*

"em meu peito
dói o tempo
que passo a te esperar.
percorro entre
sentidos e lamentos.
lágrimas de querer estar.

em meu peito
ainda chove
o medo do todo
que não quer calar.
o medo do mundo
e do querer amar.

em meu peito
sofro pelo desejo.
e pela loucura
de me entregar.
sonho em poder estar.
espero.
realizar.

desejo."

*fuga*

"fujo por que de medo vivo.
e da tua presença
só guardo a ausência
e a certeza de que meu não és.

fujo pois tenho claro em mente
o que em parte sente.
e o que posso vir a sentir presente
e intensamente.

fujo por amar demais.
por me entregar demais.
e por sonhar, que em algum dia,
ter-te-ei, cada vez mais."

*o mal do amor*

"o mal do amor
vai além dos teus passos,
ultrapassa os abraços.
se perde em meus braços.

o mal do amor
detona o meu mundo.
espalha sorriso no rosto.
torna mudo o borbulhar no peito.

o mal do amor
me toma de mim.
deixa meu todo vazio,
pleno de ti.

o mal do amor me basta
me deixa devassa.
agita em meu peito.
como chuva que passa
deixando na alma,
um gosto de paz.

o mal do amor
faz bem demais."

*fogo*

"fogo de derreter entranhas.
de desejar em cama
o que há tempos clama.

fogo de desvendar desejos
de espalhar lampejos
entre suspiros e beijos.

fogo de ter como meu
o que hoje é breu
entre os olhos teus.

desejo."

*amor demais*

“tem horas que amor demais não serve.
tem horas que amor demais me basta.
tem horas que amor demais é forte.
tem horas que amor demais me afasta.
tem horas que amor demais me suja.
tem horas que amor demais perfuma.
tem horas que amor demais eu quero.
tem horas que amor demais desprezo.
tem horas que amor demais me encanta.
tem horas que amor demais desanda.
tem horas que amor demais é tudo.
tem horas que amor demais me cansa.

por isso, vivo a amar demais o que não tenho.
e a querer amar o que não presta.
por isso, vivo a sofrer de amor.
e a querer amar até que a morte me separe de mim.”

*cansaço*

“se fosse descrever o que sinto,
seria simples...
cansaço.”

*vazio recomeço*

"meu mundo está vazio.
sumiu aquela paz.
congelou dentro do peito.
coração branquinho de neve.
sumiu a nuvem de algodão.
ficou o vazio.
o vácuo de outras épocas.

recomeço é sempre assim.
triste.
frio.
sem esperanças.
sem luz nem tom.
sem nota.
sem cor.
sem arte nem dor.
é vazio.
parado.
sem graça.

roubaram de mim o sorriso.
meus olhos estão molhados.
minhas entranhas sufocadas.
e meu medo...
vívido.
como o pouco que ainda me resta."

*sonho.encanto.*

"em teus braços
busquei paz
que me faltava à alma.
dormi tal qual
anjo de sonhos
em nuvem de algodão.
perdi-me em teus carinhos.
suguei brilho do teu olhar.
sonho.
encanto.
paz ao despertar."

*fuga*

“sinto chorar alma
por querer poder.
olhos escorrem chuva em água e sal
por deixar ser.
corro da lembrança do outro
na boca daquela que já não me tem.
vôo de encontro ao nada
que preenche alma por imaginar.
penso em me entregar.
durmo ao acordar.
esqueço.”

*vagando*

"despertei entre sombras
que não me pertenciam.
vaguei por matas frias
desejando não estar.
finquei os pés na terra
em gesto-fuga
dos que me cercam.
e ali, paralisada,
sem saída,
sem morada,
me vi presa,
desarmada,
e entregue ao teu falso amor."

*procura eterna - vontade*

"vontade de gritar ao mundo.
sumir da terra.
voar de encontro aos céus.
vontade de quebrar a cara do vizinho
sem nem se quer dizer porque.
vontade de deitar no colo alheio.
entregar todas as armas.
derreter nos braços que não mais tenho.
vontade de sonhar alto.
de correr até o topo da montanha e gritar.
berrar aos quatro cantos meus sentidos.
sorrir do vento no rosto.
entregar-me ao oposto.
deliciar-me com o igual.
vontade de ser eu mesma.
sem dever nada a ninguém.
nem notícias...nem vintém.
vontade de liberdade.
de sentidos sem ligar pra idade.
vontade de me encontrar
perdida em algum lugar.
vontade de não mais ser.
vontade de deixar viver.
vontade de não pensar no outro.
ser egoísta. aceitar em dobro.
vontade de viver junto.
dividir contas.
fazer filhos.
realizar sonhos.
vontade de partir pra nunca mais.
e perceber que o meu lugar não é em ti.
mas sim em mim.
vontade de me encontrar..."

*realização*

"deitou em meus braços.
roçou corpo
entre sussurros contidos n’alma.
desejo de tempos.
vontades se escondem em pensamentos.
entrego-me ao teu sossego.
deleito-me em teu inteiro.
faço do meu hoje, sempre.
torno real o virtual.
realização."

*sorte*

"foi mais que sorte.
é bem mais forte.
fez surgir estrelas em meu olhar.
reacendeu o antes sem brilhar.
deixou de ser sozinha.
passou a ser magia.
despede sem dizer adeus.
e ferve entre os lábios meus.
encanta.
sonha acordada.
paixão desalmada."

*dia em noite calor*

"antes de eu me render
aos encantos de um belo céu.
preciso vê-lo lindo.
coberto de estrelas.
e cheio de encantos.

sou da noite,
não sou do dia.
e nunca vi noite assim....
em clima de meio dia.
calor."

*aquele olhar*

“aquele olhar se perdeu do meu.
me abandonou no escuro.
apagou a luz,
me deixou no breu.
aquele olhar sumiu de vista.
matou a estrelinha sem ter permissão.
tirou o meu brilho sem dar atenção.
aquele olhar me deixou muda.
tirou o meu canto.
perdi meu encanto.
não me olhou mais.
aquele olhar é pra nunca mais.
me perdi no barulho das ondas...
e me afoguei no cais.”

*entre amigos*

"de olhos em cor de azul.
de dedos e lábios que encantam sonhos.
som, desejo e contos.
de rosa que me pede a boca.
entrego,
enquanto canto,
alma.
desperto,
enquanto sonho,
acalma.
deixa de ser o pouco.
faz do meu mundo muito.
por um dia, uma noite,
um segundo eterno...
braços de paz que busco.
espero.”

*sonho*

“pôs-me nua entre tuas pernas.
senti dedos invadir entranhas.
tocarem alma.
banhar-me em chamas.
trouxe a leveza de outrora.
aurora em luz neon.”

*como nunca antes*

"tomou-me nua como nunca antes.
invadiu entranhas e fez brotar rubro em rosto alvo.
desvendou o que se escondia.
comeu-me como bicho louco que devora fêmea no cio.
e me entreguei...
entre gemidos e frases sufocadas por meu calar.
deixei-me ser...
fêmea a se entregar.
desejo."

*da paz que tenho*

"e nos olhos dele
brilhava a mesma estrela
que no meu cantava.
de sua boca,
palavras doces
banhavam-me alma
fazendo surgir sorrisos
involuntários em face
corada de querer maior.
sonhos vivos entre risos soltos.
dança ao som do mar.
música a completar.
desejo de manter eterna
a paz que tenho.
abraça forte para
não acabar jamais."